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Muita informação e pouco entendimento

  • Portal Incluir
  • 30 de jun. de 2015
  • 3 min de leitura

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A reeleição de Dilma Rousseff ficou marcada pelo chamado “Petrolão” ou “Escândalo da Petrobrás”. Mesmo sem nenhum envolvimento comprovado, parte da população brasileira acredita que a culpa de problemas como esse seja da presidente do país. Mesmo assim, a maioria decidiu por manter o atual governo. O segundo mandato da presidenta começou em janeiro de 2015 e como em qualquer governo no início de um novo mandato, medidas foram adotadas para diminuir a inflação, aumentar o poder de compra do consumidor, movimentar a economia do país e várias outras ações que interferem no dia a dia da população. Aumentos como o da gasolina em fevereiro, contribuíram para que houvesse protestos, em diferentes lugares do Brasil.

Na mídia, o que vemos é um verdadeiro bombardeio de informações. Palavras como Petrobrás e Impeachment começaram a aparecer na televisão, no rádio, nos jornais e internet com uma frequência impressionante. O que também se tornou frequente, foram as dúvidas por parte da população. O que é legítimo e o que não é no que se diz respeito ao envolvimento do governo no escândalo? Quais os motivos que levam a gritos de “Impeachment” em algumas manifestações? Diante disso, o Portal Incluir buscou especialistas para explicar da forma mais clara e lucida possível, essas questões discutidas no dia a dia da população.

“Escândalo da Petrobras”


A Petrobrás é uma empresa de economia mista. Por isso é uma sociedade anônima de capital aberto, cujo acionista majoritário é a União Federal (representada pela Secretaria do Tesouro Nacional). Em março de 2014, a “Operação Lava-lato”, da Polícia Federal, começou a investigar um esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobrás, empresas e políticos. Gestores da Petrobrás facilitariam a liberação de licitações para determinadas empresas que oferecessem propina e, além disso, dinheiro para campanha política. Para o cientista social, Charles Henrique Voos, esse processo não é atual. “Isso é fruto de um processo político brasileiro, onde o sistema público está muito atrelado às vontades do sistema privado. E com isso, depende desse sistema para a realização de grandes obras. Por mais que a Petrobrás seja mundial e tenha uma grande estrutura, ela terceiriza suas obras e isso acabou ocasionando o escândalo”, afirmou o cientista político. Para Charles, escândalos como o da Petrobrás aparecem por incentivo do governo em investigações. Ele também acredita que a corrupção está aparecendo mais, pois os grandes meios de comunicação não estão diretamente ligados ao governo, como estavam em outros. “Pela primeira vez nós não temos no poder os mesmos “agentes” que também são donos dos meios de comunicação. Quando uma denúncia surge e o dono do meio de comunicação não faz parte do governo, é interessante pra ele noticiar o fato”, explica Charles.

Manifestações e Impeachment

Nas eleições de 2014 para a presidência, Dilma obteve, no segundo turno, 51,64% dos votos e conquistou o direito de governar por mais quatro nos o país. A disputa foi com Aécio Neves, que conquistou 48,36%. A diferença de votos era de 3,4 milhões. Essa foi a menor diferença de votos em um segundo turno desde a redemocratização. Para a população que não queria a reeleição, aliado ao momento de turbulência econômico, a saída foi sai às ruas. Mesmo em números pouco expressivos, algumas manifestações ocorreram pelo país. Em São Paulo, cidade com um população estimada pelo IBGE de 11 895 893 de pessoas, 210 mil, protestaram, segundo o Datafolha. Para o jornalista de política, Jefferson Saavedra, as manifestações são resultados do sentimento da população. “São mobilizações de insatisfação, de repulsa e de certa indignação com a crise política que acontece”, afirma o colunista do jornal “A Notícia”. Manifestações com essas aconteceram em outros governos também mas como internet é uma aliada quando o assunto é expandir ideias, ajudou na divulgação das últimas manifestações. Segundo Saavedra, “pela maior facilidade de informação e de divulgação, as redes sociais permitiram que essa insatisfação extravasasse como estamos vendo agora”. Um dos gritos mais ouvidos nos encontros pelas ruas do país foi o de “Impeachment”. Charles afirma que “para acontecer um impeachment deve haver uma denúncia contra pessoa da presidente. Ela tem que estar envolvida nessa denúncia. O que temos hoje são denúncias contra grupos do governo... Então para acontecer isso temos que ter algo comprovado contra a presidente”.


As medidas tomadas até aqui têm impacto na vida da população. Algumas pessoas esperam para comprar produtos e outras optam por investir seu dinheiro. Isso afeta diretamente empresas nas vendas de seus produtos. A empresaria Silvana de Borba, acredita que os aumentos de impostos afetam a “visão do Brasil no mundo”. Mas, destaca que mesmo com um momento econômico ruim, é a hora de investir no negócio. “ Apesar da crise, aqueles empresários que estiverem próximo do seu mercado, entendendo o que ele quer, ... esses vão ter sucesso”, afirma.


 
 
 

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